Em pleno seculo XXI ato de amamentar ainda esta cercado de preconceitos

14/06/2019
Foto Divulgação/Arquivo Internet
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Independente da existência de leis (e elas existem), a amamentação é um direito fundamental da criança e portanto da mãe. Em junho de 2016, foi sancionada em Belo Horizonte a Lei Municipal 10.940, que assegura o aleitamento materno, prevendo multa ao estabelecimento que impedir ou constranger a lactante. O artigo 2 é claro: "Independentemente da existência de áreas específicas ou exclusivas para o aleitamento, a amamentação é ato livre e discricionário entre o filho e a mãe, a qual decidirá o momento e local onde deseja praticá-lo, livremente ou sem qualquer restrição e intervenção de terceiros." E em dezembro do mesmo ano, uma outra lei começou a valer em todo o estado de Minas Gerais a Lei 22.439/2016. Com tudo isso um caso recente aconteceu e envolve a enfermeira Juliana Fernandes Rufo de 38 anos e um funcionário do CCBB em Belo Horizonte, dentro da galeria da exposição DreamWorks (obras de sonho), uma das exposições mais visitadas da história do museu A amamentação é um dos momentos mais importantes da maternidade e a lactante tem direito garantido por lei de escolher o local para amamentar, seja ele de uso coletivo, público ou particular. Mas, apesar de a Lei Municipal 10.940/2016 assegurar o aleitamento em Belo Horizonte, prevendo multa ao estabelecimento que proibir o ato ou constranger a mãe, mulheres continuam enfrentando dificuldades para cuidar de seus bebês. Uma das denúncias mais recentes envolve funcionários do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), acusados de impedir que pelo menos duas mulheres amamentarem dentro das galerias na exposição. A exposição apresenta vários sucessos da animação, como Shrek (2001), Madagascar (2005) e Kung Fu Panda (2008) e portanto está ficando tomada pela criançada. Um dos momentos constrangedores da visitação aconteceu quando a enfermeira Juliana Fernandes Rufo, de 38 anos, que estava acompanhada de duas crianças uma de 2 e outra de 10 anos, sentou-e em uma cadeira em um canto da sala, para atender um pedido de mamar da filha. Foi quando surpreendentemente foi abordada por um funcionário, que educadamente a pediu para se retirar do local, pois não poderia amamentar ali. Sem ainda entender bem a situação nem dar conta do constrangimento, ela ainda tentou argumentar que estava com outra criança e gostaria de continuar visitando a exposição. Não poderia sair e deixar uma criança sozinha. Porém, segundo ela, o homem insistiu para que ela se levantasse e saísse da galeria, e aguardou até que a mãe fizesse isso. De acordo com a coordenadora do Grupo Gestar, Gabriele Faria, de 31, estes fatos são mais comuns que parecem e muitas vezes nem chegam ao conhecimento do Grupo. A recomendação e que não deixe passar impune estas ações, denuncie, chame a policia, registre um boletim de ocorrência, procure os órgãos da secretaria de saúde, municipal e estadual, hoje é muito fácil colocar nas redes sociais. Procurada a direção do CCBB disse que o segurança pode ter se equivocado quanto a norma do espaço, que diz "é proibido se alimentar dentro das galerias", entretanto esta não é um fato isolado, cinco dias antes a esteticista Thayane Oliveira, de 28, estava com o marido e dois filhos, de 2 e de 4 anos, quando uma das crianças pediu o peito. O segurança veio me dizer que eu só poderia amamentar nos corredores.

Em nota, o CCBB informou que a orientação da direção aos colaboradores é no sentido de permitir a amamentação em qualquer espaço. "Com a chegada da exposição, algumas providências adicionais foram adotadas, tendo em vista que o seu conteúdo é bastante atrativo para famílias com crianças pequenas. Nos banheiros feminino e masculino das galerias há mesas de apoio para a troca de fraldas, para complementar a capacidade do trocador localizado próximo ao elevador principal no térreo. Além disso, foram colocadas cadeiras para que as mães que desejarem tenham apoio", informou. A orientação de não abordar mães amamentando foi reforçada junto a todos os funcionários, segundo o CCBB. "Com relação aos dois casos, mantivemos contato com as mães que foram abordadas indevidamente, para nos desculpar pelo equívoco no atendimento prestado por um de nossos colaboradores", acrescenta o texto, informando que a expectativa é de que a mostra seja a mais visitada desde a abertura do CCBB. "As equipes estão empenhadas em oferecer o melhor atendimento", completa a instituição. Estamos em pleno século XXI e é inadmissível este tipo de comportamento, não se cale, denuncie e façam valer seus direitos.