O bonequinho inflável do super MORO, se esvazia rápido, só não vê quem não quer

28/07/2019

A revista Veja, talvez tenha sido no último ano o principal veículo de imprensa de apoio ao então juiz da Lava Jato. foram várias capas tratando o atual ministro da justiça como um super herói nacional. Na edição que chegou às bancas no início deste mês 05/07, a revista faz uma mea culpa e publica "Carta ao Leitor", a Veja reconhece seu papel na construção da imagem de Moro como uma espécie de super-herói da ética, um mito que, como demonstra a matéria, não tem base na realidade. Acima do texto, a revista traz imagens de cinco capas publicadas nos últimos anos (foto), todas elogiando as virtudes de Moro, acompanhadas da legenda: "TRATADO COMO HERÓI.

 O ex-juiz Sergio Moro foi capa de VEJA em diversas oportunidades, a maioria a favor, embora tenha sido fundamental na luta contra a corrupção, não se pode fechar os olhos antes às irregularidades cometidas. "A revista reconhece que "Poucos veículos de mídia celebraram tanto o trabalho do ex-juiz na luta contra a corrupção (veja capas acima). O que mudou foi que a revista tomou conhecimento da conduta antiética e imprópria de Moro na Lava Jato, e que é, portanto, a responsabilidade jornalística da revista revelar e expor - não esconder ou justificar - essa conduta. "Mas os diálogos que publicamos nesta edição violam o devido processo legal, pilar fundamental do Estado de Direito - que, por sinal, é mais frágil do que se presume, ainda mais na nossa jovem democracia. Jamais seremos condescendentes quando as fronteiras legais são rompidas (mesmo no combate ao crime). Caso contrário, também seríamos a favor de esquadrões da morte e justiceiros. " A revista encerra com um apelo à defesa do Estado de Direito: "Na Lava-Jato ou nas operações que virão no futuro, é fundamental que a batalha contra a corrupção seja feita de acordo com o que diz o regime constitucional. Esta é a defesa de todos os brasileiros contra os exageros do Estado". Os editores ainda explicam que analisaram os arquivos enviados pelo The Intercept por semanas e concluíram ser impossível a manutenção de imagem do super herói Moro. Para a revista, "fica evidente que as ordens do então juiz eram cumpridas à risca pelo Ministério Público e que ele se comportava como parte da equipe de investigação, uma espécie de técnico do time - não como um magistrado imparcial". O boneco inflável do super MORO, se esvazia rápido, só não vê quem não quer. "O pior cego é aquele que não quer ver, ouvir, nem acreditar. O pior cego, é aquele se faz de surdo. Aliás o pior cego não é cego, é burro !" Heloá Marques