E o que eu faço com dois anos de IRBr?

14/08/2019

O deputado Eduardo Bolsonaro não tem assegurado no senado maioria para garantir sua condução à embaixada dos Estados Unidos. Voltamos aqui a expor um ponto de vista. A nosso ver, o que menos interessa é se o indicado é ou não filho do presidente. O que realmente interessa e precisa ser analisado no senado é a aptidão técnica do indicado, pura e simplesmente. Se houver probidade no julgamento e na sabatina, o deputado não será o próximo embaixador, mas sim o próximo ministro das relações exteriores no lugar do Embaixador Ernesto Araújo, de acordo com as ameaças do "meu paipai..." Na última segunda (12) o deputado se reunião com empresários em um jantar organizado pela Fiesp. Declarou que a qualidade que apresenta para ocupar o posto diplomático é a ligação (?) que tem com o presidente estadunidense Donald Trump. Qualidades estas questionáveis, já que o relacionamento,  além do visto até hoje nada mais é do que um factoide, com encontros meramente protocolares. Tais alegações podem ate depor contra, esta proximidade (?) pode o colocar como um pupilo da casa branca e não um defensor dos interesses nacionais. Mesmo assim, falando no início de um jantar organizado pela entidade patronal, Eduardo Bolsonaro pediu para os diretores da entidade para convencer senadores a aprovarem seu nome. "Conto com o apoio dos senhores, caso tenham algum contato com senadores, para poder dizer a eles que a abertura que tenho junto à Casa Branca vai acelerar em muito os acordos comerciais e em outros setores que os senhores tenham interesse", disse. E aproveitou para bajular os empresários: "No final das contas, os senhores não são os malvadões que exploram os empregados, são os que dão pontapé inicial na geração de empregos". O que o deputado realmente precisa e mostrar suas qualidades técnicas para ocupar a função. Ja que não dispoe de uma das principais que são os os longo de anos de estudo no Instituto Rio Branco, que forma os  diplomatas brasileiros deste 1945.

Em tese para ser Diplomata do Governo Brasileiro, o interessado precisa ser formado em algum curso de nível superior, de qualquer área, e ser aprovado no Concurso de Admissão do Instituto Rio Branco (IRBr), órgão ligado ao Ministério das Relações Exteriores. A prova costuma ser aplicada anualmente e a seleção é feita pelo Centro de Seleção e de Promoção de Eventos da Universidade de Brasília - Cespe/UnB. O Concurso é dividido em quatro fases:

1a fase: composta por questões objetivas de: Português, História Mundial e do Brasil, Inglês, Geografia, Política Internacional, Direito e Economia.

2a fase: composta por questões de Língua Portuguesa, com exercícios de interpretação e uma redação.

3a fase: provas discursivas sobre História do Brasil, Geografia, Política Internacional, Inglês, Noções de Direito e Direito Internacional e Economia.

4a fase - provas de Francês e Espanhol.

Uma vez aprovado no Concurso, o aluno recebe imediatamente o título de Terceiro-Secretário e ingressa no Curso de Formação. O curso tem duração de dois anos e as aulas acontecem em período integral. Depois de concluir a formação, o Diplomata pode fazer outros cursos e evoluir na carreira, assumindo os seguintes cargos: Segundo-Secretário; Primeiro-Secretário; Conselheiro; Ministro de Segunda-Classe; Ministro de Primeira-Classe, mais conhecido como Embaixador. Viu, não tem nada a ver o fato de Eduardo ser Bolsonaro, e sim sua completa desqualificação. Quantos outros já passaram por todo este processo e esperam uma oportunidade? Você acha certo?