Decisão de negar combustível a navios iraquianos põe em xeque anos de relacionamento comercial

22/07/2019
Foto Divulgação/Porto de Paranaguá PR
Foto Divulgação/Porto de Paranaguá PR

Nós do JornalFiqueDeOlho, continuamos esperando pela volta de dias melhores para nós da imprensa livre, quando noticiamos amenidade, e pasmem, até notícias policiais eram amenidade frente ao que noticiamos diariamente. Há mais de um mês, dois navios iraquianos estão parados no porto de Paranaguá no litoral do Paraná, aguardando por combustível para voltarem. A procuradora-geral da República Raquel Dodge, declarou ser contra obrigar a Petrobras o fornecer combustível para as embarcações, enquanto a Petrobras só se negou a abastecê-las, pasmem, porque as empresas a qual elas pertencem estão sob sanções dos Estados Unidos. O parecer da procuradoria, ainda precisa ser validado pelo STF. O presidente, diante de um fato que, este sim, precisava de sua intervenção e da sua famosa canetada urgente disse estar alinhado aos interesses dos Estados Unidos, nesta questão. Ao negar combustível aos navios iraquianos nosso governo parece não ter dado conta do prejuízo que o ato pode estar causando a imagem do país junto ao comércio exterior. A gravidade para a imagem da diplomacia brasileira. A imagem do Brasil país acolhedor, foi para o ralo. Pior, não existe nenhum pedido oficial americano neste sentido, simplesmente o governo brasileiro, para agradar seus chefes, que estão situados em Washington, toma essa iniciativa de apresar os navios iranianos, em função daquilo que o Bolsonaro disse: 'estamos alinhados com os Estados Unidos, nem sequer precisamos conversar antes'". A postura do governo brasileiro é ilegal porque viola tratados internacionais que permitem o livre trânsito de embarcações e o direito ao reabastecimento. Não existe nada em leis e tratados internacionais, que proíba os navios iranianos de receberem seus combustíveis no Brasil. Se por um lado existe a possibilidade de retaliação americana junto a Petrobras, podemos sofrer um grande retaliação iraniana existe um contrato, práticas comerciais estabelecidas entre Brasil e Irã, que garantem o fluxo normal de comércio entre os dois países. O Irã é o quinto maior comprador de produtos agrícolas do Brasil, é o maior comprador de milho brasileiro, o Brasil têm um comércio intenso, há muitos anos, com o Irã. Nos últimos 10 anos o Brasil vendeu ao Irã US$ 19,6 bilhões em mercadorias. É uma decisão do governo brasileiro que coloca em risco interesses comerciais importantíssimos para o Brasil. Uma máxima da sabedoria Oriental diz "A pena faz mais estragos que a espada. Com a pena, escreve-se a sentença de morte; e com ela apaga-se toda uma nação. Na ponta da pena, está o destino do mundo, e ante uma palavra escrita se inclinam, às vezes, as cabeças mais soberbas".