O assunto é a cloroquina!

06/06/2020

A cloroquina acaba de ganhar mais um fôlego, após a OMS anunciar a volta aos testes para o tratamento da Covid-19. Com isso os apoiadores de seu uso aqui no Brasil, voltaram a tratá-la como a bala de prata contra o coronavírus. A OMS porém esclarece que a autorização para novos testes, não significa em hipótese alguma liberação de seu uso. O que difere da opinião do mais novo secretário de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde, o bilionário Carlos Wizard Martins. De acordo com Wizard o ministério pretende usar a cloroquina em 100% dos sintomas, até mesmo como tratamento de profilaxia, enquanto a OMS restringe seu uso aos casos graves e com acompanhamento médico. O professor de idioma, como se tivesse conhecimento técnico sobre o assunto diz que o ministério da Saúde vai usar a cloroquina em 100 dos sintomas confirmados, de acordo com a recomendação do novo especialista em cloroquina, em caso de teste positivo de um membro da família, inicia-se imediatamente o tratamento com o medicamente e todos os membros da família também. O que seria um tábua de salvação para ser usado em um caso extremo, vai se transformando em um bote que acreditam estar navegando em águas tranquilas. O que não é real. Vivemos o pior momento da pandemia no país, tempos tempestuosos e a possibilidade do barquinho virar e grande. A partir do novo protocolo emitido pelo governo a cloroquina passou a ser o medicamento oficial, com isso, pessoas que fazem uso do medicamento para outros tratamentos como caso da autônoma Maria Raquel Miranda, 56 anos, que sofre de doença mista do tecido conjuntivo, "parente do Lúpus", inflamação provocada pelo próprio organismo que só é tratada com ajuda do medicamento e viu seu remédio faltar nas farmácias e drogarias. Maria Raquel diz " Quando meu medicamente começou a faltar, meus membros passaram a doer tanto que entrei no hospital mancando e saí em uma cadeira de rodas". O desabastecimento, no entanto, já afeta Maria Raquel e quem precisa do composto para tratar doenças como lúpus, artrite reumatoide e malária. Ao mesmo tempo que o medicamento sumiu das prateleiras, seu preço subiu astronomicamente. Maria Raquel e quem diz "Em dezembro eu paguei R$ 240 por uma caixa com 120 comprimidos. Agora, me cobraram R$ 545 e ainda disseram que tinha desconto". No Brasil somente quatro farmacêuticas fabricam os medicamentos. A Farmanguinhos, da Fiocruz, é a única a produzir cloroquina, toda ela destinada ao SUS (Sistema Único de Saúde), a versão mais branda do medicamento a hidroxicloroquina sai das fábricas do Exército direto para o sistema público de saúde, enquanto os laboratórios privados Apsen e EMS fornecem a droga para as farmácias e rede privada de saúde. Entretanto falta matéria prima para produzir o medicamento, que vem de países asiáticos principalmente a Índia, que no final de março deixou de exportar o insumo para poder usá-lo na fabricação interna. Enfim os gênios do Ministério da Saúde alargam o uso da cloroquina sem estoque regulador e sem condições de fabricá-las. Enquanto as pessoas saem na busca insana do medicamento, outras que precisam estão sem para seu tratamento contínuo. Lembrando que o novo secretário Pazuello é o homem, especialista em logística.