O prêmio por um bom trabalho na PF do atual governo

26/06/2022

Até quinta-feira (23), um dia após as prisões deflagradas pela operação Acesso Pago, a cúpula da PF (Polícia Federal) cogitava transferir o delegado Bruno Calandrini, do setor de inquéritos especiais da PF, que investiga casos envolvendo autoridades, para a Divisão de Repressão a Crimes Cibernéticos. Calandrini está no radar dos superiores e é pivô de uma crise interna na Polícia Federal ao apontar a interferência de superiores na condução do inquérito sobre o escândalo no Ministério da Educação e no que qualificou como "tratamento diferenciado" concedido ao ex-ministro. O MPF (Ministério Público Federal) corroborou com as afirmações do delegado e também viu indícios de que o presidente pode ter interferido na investigação. A parte do inquérito sobre este caso foi enviado de volta ao Supremo Tribunal Federal (STF) em função do foro privilegiado do atual ocupante do Palácio do Planalto. O inquérito volta para as mãos da ministra Carmem Lúcia, com quem estava antes de ser remetido ao MPF. Mas um tempo e Calandrini vai pra geladeira, como aconteceu com as delegadas Dominique de Castro Oliveira e Silvia Amelia da Fonseca, que atuavam junto à Interpol no caso Allan dos Santos e foram exoneradas.