Rei morto...Rei posto

15/05/2022

Os discursos inflamados e os ataques da democracia e principalmente ao processo eleitoral, até podem agradar a direita radical, uns poucos seguidores fanáticos do Mito. Por outro lado, tem afastado cada vez mais os moderados. Ontem um dos principais veículos apoiadores da campanha presidencial, divulgou um editorial onde começa a descolar do presidente. A emissora paulista Jovem Pan, disse que tem "compromisso com a democracia" e que as 'falácias" sobre o processo eleitoral não serão aceitas pela emissora. Uma surpresa, em se tratando de uma emissora declaradamente bolsonarista. No comunicado a emissora deixa claro que para manter o nível de isenção de seu time de comentaristas e jornalistas não se responsabiliza por seus comentários. "Essa pluralidade revela nosso compromisso com o debate público e com a liberdade de expressão. Mas é preciso reiterar: jornalistas, comentaristas e convidados não refletem a posição do Grupo Jovem Pan enquanto instituição".

 "Estamos nos aproximando de mais uma eleição. Um período em que reafirmamos nosso compromisso com a democracia e com o fortalecimento de nossas instituições. Não há espaço para cortinas de fumaça que tiram o foco do debate público sobre os temas de real interesse. Não há espaço para descredibilizar o processo eleitoral com falácias. Acreditamos em nossas Instituições e no respeito entre os Poderes para que cada um cumpra autonomamente com o seu dever constitucional, sem interesses particulares, ou sucumbiremos enquanto nação. E nós não queremos isso. O compromisso daqueles que ocupam cargos públicos ou que almejam ocupá-los após as eleições deste ano deve ser o de defender o Estado Democrático de Direito, a independência entre os Poderes e o de respeitar as Instituições. Qualquer manifestação contrária a esses princípios não tem e não terá apoio do Grupo Jovem Pan. Ao longo de 80 anos, a Jovem Pan se pautou por esses princípios e tem um compromisso inegociável com os interesses do país, com a defesa da democracia, com as liberdades de expressão e de imprensa. Somos contra a incitação à violência, porque o caminho para o crescimento econômico precisa de estabilidade, não de turbulências. Temos inimigos reais que precisam ser combatidos com ações efetivas, e não com discursos falaciosos, que incitam grupos políticos e ideológicos, mas que não entregam resultados efetivos para o povo que quer trabalho, saúde, segurança, educação e prosperidade. Nossos microfones vão continuar mostrando os fatos, ouvindo as versões e ajudando nossa audiência no rádio, na televisão e na internet a formar opinião sobre os temas de interesse nacional. Todos aqueles que estão dispostos a discutir os caminhos do país têm espaço em nossos jornais e programas. A premissa para ocupar esse espaço é o respeito. Nossos jornalistas e comentaristas gozam de total liberdade para emitir opiniões, encontrando na ética profissional e nas leis os limites para que essas opiniões sejam emitidas. Contemplamos os mais diversos espectros políticos e ideológicos, bem como as mais distintas visões de mundo em nossos quadros. Essa pluralidade revela nosso compromisso com o debate público e com a liberdade de expressão. Mas é preciso reiterar: jornalistas, comentaristas e convidados não refletem a posição do Grupo Jovem Pan enquanto instituição".