REPORTAGEM - Remendo novo em tecido velho

25/03/2024

Uma reportagem divulgada ontem (24) apontava que em assessor de um dos irmãos Brazão, usava igreja pastoreada pelo empresário da fé Silas Malafaia, como um ponto para pagamento de propina de envolvidos na morte de Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes. A deputada federal Luciene Cavalcante (Psol-SP) solicitou ao MPF (Ministério Público Federal) uma investigação sobre a possível ligação do pastor-empresário Silas Malafaia com supostos pagamentos recebidos por Robson Calixto, conhecido como 'Peixe', assessor de Domingos Brazão, em uma das igrejas evangélicas do pastor na Zona Oeste do Rio de Janeiro, informa Lauro Jardim, do jornal O Globo. Na manhã de hoje (25) o pastor empresário, usou suas redes sociais novamente aos gritos em uma tentativa para se defender. No vídeo ele acusa o jornalista Lauro Jardim e O Globo de não procurá-lo para se informar sobre o caso. Pela forma que Malafaia se expressa, subentende-se que O Globo teria inventado a informação. No entanto, tudo é parte de um relatório da Polícia Federal sobre o caso Marielle, onde indica que Calixto recebia quantias devidas à milícia na região em uma unidade da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, no bairro Taquara. Segundo a PF, Peixe atuava como segurança informal de Brazão e teria intermediado um encontro entre o conselheiro do TCE-RJ e Ronnie Lessa, assassino de Marielle. A representação da parlamentar ressalta a gravidade da situação, afirmando que a conclusão do relatório da Polícia Federal sugere o uso potencialmente ilícito da estrutura eclesiástica para fins criminosos. Luciene Cavalcante afirma que tal conduta, se confirmada, constitui uma violação da lei e da ordem pública. Além de solicitar a investigação ao MPF, a deputada também acionou o TCU (Tribunal de Contas da União) para fiscalizar as rendas e o patrimônio de Silas Malafaia e das igrejas sob sua administração. A preocupação se baseia em indícios do uso desses templos para transações ilícitas e possível sonegação de impostos. Luciene Cavalcante justifica que tais revelações podem configurar danos ao patrimônio público da União, uma vez que as unidades da Assembleia de Deus Vitória em Cristo possuem imunidade tributária. Silas Malafaia se pronunciou através do X, antigo Twitter, alegando que cada igreja paga sua própria segurança, composta por policiais, durante os cultos. O empresário se exime de qualquer responsabilidade em caso de algum policial envolvido na segurança das igrejas esteja relacionado com milícias. Caso a informação seja verdadeira, o empresário erra na contratação de policiais para segurança. Essa pratica é relativamente comum, embora seja ilegal. Entretanto, existe uma ampla "vista grossa" para a situação no país, na maioria das vezes conhecida das chefias das polícias pelo Brasil. O pastor confirma que por conta da ineficiência do estado, muitas de suas igrejas tem policiais na sua segurança particular. Legalmente a igreja deveria contratar uma empresa de segurança privada e não apelar por uma falta. As declarações de Malafaia, são remendos novos em tecido velho. Em se tratando de Policiais Militares, os regulamentos de Éticas dos estados veda o exercício de atividade de segurança privada por militar estadual da ativa. Para se tornar um policial militar é necessário ser aprovado em concurso público do respectivo Estado, de modo que os policiais militares são servidores públicos. E não podem prestar serviços privados.