TRIBUNAL DA OPINIÃO PÚBLICO - Falta de informações pode trazer uma reviravolta no caso do ex-ministro Silvio Almeida

Tribunal da opinião pública condenou o ex-ministro Silvio Almeida, com meias provas. Passados seis meses da demissão do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania por supostos casos de assédio sexual e moral, Silvio Almeida assiste a uma reviravolta no caso, que envolve a Organização Não Governamental Me Too. No dia 4 de setembro o ex ministro amanheceu com uma denúncia de assédio, um dia depois o jornalista Guilherme Amado, então no Metrópoles (hoje está na Globo), afirmou em reportagem: "Silvio Almeida é acusado de assediar mulheres. Entre elas, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco". No texto o jornalista afirmava que a Ong Me Too, teria "provas", relatos de mulheres sobre os supostos assédios por parte do ministro. O jornalista diz ter procurado a ONG "após receber denúncias de suposta prática de assédio sexual" contra a ministra. Em sua defesa, o ministro afirmou que a Me Too, praticava uma represália contra ele, após ter tentado interferir em uma licitação da pasta para favorecer seus próprios interesses. Almeida afirmou. "A organização responsável pela divulgação das supostas denúncias possui histórico relacional controverso perante as atribuições desta pasta", diz o texto, bastante criticado à época, que lista uma série de eventos nos quais a ONG Me Too teria tentado modificar o processo licitatório - leia a íntegra. Em sua defesa, a Me Too disse que entregaria as provas, os relatos dos supostos assédios à Polícia Federal, que abriu investigação para apurar o caso. Dois dias após as denúncias, em 6 de setembro, Almeida foi demitido do governo. A jornalista Adriana Negreiros, autora do livro "A vida nunca mais será a mesma", em que debate a cultura da violência e o estupro no Brasil, revelou nesta segunda-feira (10), em reportagem no Uol, uma série de lacunas que mostram uma reviravolta no caso. Segundo a jornalista, após 5 meses de investigação, sendo constantemente cobrada pelos agente da PF a apresentar as denúncias contra Almeida, a Me Too enviou aos investigadores um relatório de duas páginas com relatos de cinco supostas vítimas sem especificar as datas em que as mulheres procuraram a ONG. Todos os breves relatos descritos pela ONG, sem qualquer identificação das supostas vítimas, foram feitos em data posterior às acusações contra Almeida. Um dos relatos, da suposta "vitima 4", diz que a mulher teria falada com uma "voluntária do Me Too em 16 de setembro de 2024, quase 15 dias após a primeira denúncia e, depois, parou de responder às mensagens". Dois outros deles - "vítimas 1 e 2" - são datados de 5 de fevereiro, quando a PF já cobrava há meses a ONG de apresentar as denúncias. As supostas vítimas teriam sido orientadas pela ONG a não darem entrevista sobre o assunto ao Uol ou qualquer veículo de imprensa. Outro fato que chama atenção é que, a jornalista Maria Amélia Teles, a ex-desembargadora Kenarik Boujikian, a professora de Direito Silvia Pimentel e a ativista Neon Cunha, não teriam sido consultadas pela Ong e sequer ficaram sabendo das denúncias contra Almeida, a não ser veio a público. Uma advogada afirmou, em condição de anonimato, que muitas conselheiras ficaram sabendo apenas após a adesão que o Me Too Brasil não tinha relação com o movimento homônimo dos Estados Unidos. Embora o objetivo das duas organizações, assim como o nome, são os mesmos: acolher mulheres vítimas de assédio e violência sexual. O movimento Me Too Brasil foi criado em 2019 pela advogada Marina Ganzarolli, de São Paulo. Em junho de 2022, ela abriu um CNPJ em nome do Me Too Brasil, organização focada em "atividades de associações de defesa de direitos sociais". A ONG, que tem endereço em um apartamento residencial na região central da capital paulista, tem como atividades secundárias "portais, provedores de conteúdo e outros serviços de informação na internet", além de "atividades de consultoria em gestão empresarial", dentre outros. Além de Marina, a ONG tem como sócias e administradoras as advogadas Luanda Pires e Luciana Terra Villar e a psicóloga Mariana da Costa Pedro Nogueira da Luz. Seis meses já se passaram e a Ong ainda não enviou à PF os relatórios completos solicitados, apenas recortes de alguns encontros com as supostas vítimas, apenas duas páginas mal escritas sem nenhum timbre da Me Too,e apenas fatos irrelevantes, a Me Too não confirmou nem de que forma as denúncias chegaram até ela. O Portal não quer assumir nenhuma defesa do ex-ministro, apenas estamos afirmando que o que antes era uma verdade incontestável que derrubou um ministro e manchou sua reputação. Hoje tem lacunas que precisam ser completadas.
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