Xeque-Mate

15/05/2022

Na semana passada o governo demitiu o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque e para o seu lugar nomeou Adolfo Sachsida, que trabalhou com Paulo Guedes no Ministério da Economia. Na sexta-feira (13) ele apresentou no STF (Supremo Tribunal Federal), uma ação contra a política de ICMS dos estados sobre diesel, antes havia anunciado que iria à justiça contra a política de preços na Petrobras. O presidente continua a acreditar que o ICMS (imposto estadual) é o grande vilão dos aumentos de preços dos combustíveis. No entanto, o governo continua correndo atrás do próprio rabo e tentando ganhar tempo, conforme disse um dos líderes dos caminhoneiros. Como em um jogo de xadrez, o presidente mexe desesperadamente suas pedras, mas caminha para um xeque-mate. O preço da gasolina subiu pela quinta semana seguida, segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP), o aumento ocorreu na terceira casa decimal e como a nova legislação a retirou da tabela nos postos, não deve ser sentida pelos condutores (ainda). O valor médio do litro passou de R$ 7,295, na semana passada, para R$ 7,298, nessa semana, marcando novo patamar médio recorde no varejo, R$ 2,30 nas bombas. Já o diesel subiu pela quarta semana seguida, passando de R$ 6,630 para R$ 6,847, um patamar recorde. É alta de 3,27% na semana. No ano, o aumento é superior a 24%. Passando nas bombas de R$ 6,50 para 8,50. Desde o início do governo, o litro do diesel nas bombas já subiu 111%. Apesar desses números, especialistas afirmam que o preço do diesel ainda está defasado. Dados da Abicom, que reúne os importadores de combustíveis, apontam que nesta sexta-feira a defasagem está em 10% (R$ 0,57 por litro) no diesel. Já a gasolina está com uma defasagem de 22%, de R$ 1,07 por litro. É a maior defasagem na gasolina desde o dia 9 de março, quando a diferença chegou a 30% (R$ 1,41 por litro). Esta semana no cercadinho, o presidente tentou fazer uma referência entre o preço da gasolina no Canadá e no Brasil, para justificar que nosso combustível ainda é mais barato que o de lá. Ele esqueceu de comparar que o salário mínimo por lá está acima dos $ 2.736.80 dólares canadense. Pelo câmbio atual, algo em torno dos R$ 10.836,63. O gado pode ser burro, mas paciência tem limite.